Hoje termina o mês de Outubro… o mês do Outubro Rosa, uma iniciativa mundial da luta contra o câncer de mama. A Sabrina é embaixadora da Fundação Laço Rosa, contamos sobre o projeto nesse post. Para fechar o mês entrevistaremos o Dr Eduardo Vieira da Motta, especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, médico do Hospital das Clínicas de São Paulo e Professor da faculdade de medicina da USP.
O câncer de mama é o que mais faz vítimas no Brasil, isso é bem assustador. É verdade que o diagnóstico precoce poderia alterar significativamente esse cenário?
Atualmente dispomos de ótimos tratamentos para o câncer de mama em qualquer fase. Quanto mais cedo for o diagnóstico, melhor será o resultado do tratamento e com menor quantidade de medicamentos. Desta forma, é importante procurar diagnosticar o câncer o mais precoce possível.
A partir de que idade as meninas devem começar a fazer o auto exame?
Não existe uma idade específica, porém é importante que a mulher aprenda desde menina a conhecer suas mamas, palpá-las, para poder auxiliar o médico a identificar modificações que podem ser importantes. É necessário salientar que as mulheres mais jovens, adolescentes, apresentam muitas modificações das mamas por efeitos dos ciclos menstruais. Estas modificações, como dor, áreas mais endurecidas, não devem causar apreensão e medo. Reconhecer que aparecem e desaparecem conforme o momento do ciclo menstrual ajuda a diminuir o receio da doença e permite que a mulher aprenda a reconhecer as modificações naturais de seu corpo. Quando houver dúvida, o médico poderá esclarecer melhor.
Como é a maneira certa de fazer? E a frequência?
Estes diagramas do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) são bem ilustrativos.
Lembrem-se que a maioria dos achados é BENIGNA e devem ser analisados por seu médico.
Deve ser realizado, preferencialmente, após a menstruação, quando as mamas estão menos sensíveis ou inchadas.
No Chuveiro ou Deitada:





Fora o auto exame, qual outro exame as mulheres devem fazer e a partir de qual idade?
O principal exame para a detecção precoce é a mamografia. De maneira geral, deve-se iniciar aos 40 anos ou a critério do médico que realize o exame clínico. Esta idade varia conforme as características de cada população.
A partir dos diagnósticos da mamografia, ou conforme a avaliação do médico, outros exames podem ser realizados, como ultrassom e a ressonância magnética.
Sempre que encontramos um caroço ou alguma coisa diferente, é câncer?
É importante salientar que na maioria das vezes não é câncer. No entanto, o médico e, em especial, o mastologista devem ser consultados para avaliar outros possíveis diagnósticos.
É verdade que a amamentação diminui os riscos do câncer de mama?
As mulheres que gestaram e que amamentaram têm um risco reduzido para câncer de mama.
Existe alguma atitude preventiva para diminuir as chances da doença?
Existem dados que sugerem que a redução na ingesta de álcool, o controle da obesidade, a interrupção do tabagismo, e a prática de atividade física podem ajudar a reduzir a chance do câncer de mama e de outros cânceres.
Quem tem prótese nos seios tem mais dificuldade em fazer o auto exame? Ela pode atrapalhar o resultado de uma mamografia?
O auto-exame com prótese de mamas pode ser realizado da mesma maneira como citado previamente.
A mamografia também é feita da mesma forma, no entanto, poderá ser necessária a realização de um número maior de incidências (“chapas”) para que o exame seja adequado.
A Angelina Jolie tirou os seios de forma preventiva. Quem tem histórico de câncer de mama na família deve sempre considerar essa hipótese?
A história relacionada a ela é da presença de mutação genética para o desenvolvimento do câncer de mama e de outros. Quando isto ocorre, a retirada da glândula mamária (e do ovário) pode ser considerada a partir de determinada idade. É importante salientar que a maioria das pessoas que tem história de câncer na família não apresentam esta mutação e, portanto, não apresentam benefício na retirada das mamas. Existem critérios para fazer o exame genético. A consulta com o mastologista ou o geneticista oncológico pode ajudar nesta investigação e decisão.
Se detectado cedo, qual a chance de cura? E o que é “cedo” nesse caso?
Sempre é cedo para tratar e os resultados são cada vez melhores para todos os momentos da doença. Existem situações em que a sobrevida em 5 anos se aproxima de 100%.